19 mar. 2011 – Revolução na Libya – Yemen – Bahrain – o que está acontecendo hoje?

Na Libya o governo Gaddafi desde sexta feira tem feito proncuniamento que aceita o cessar-fogo, entretanto, não é o acontece: seu exercito tem atacado sistematicamente em várias cidades, principalmente Misurata que encontra-se desprotegida das forças rebeldes. Apenas os moradores-manifestantes estão enfrentando os ataques de Gaddafi.

Misurata é a terceira maior cidade e faz parte do cessar fogo da ONU que exige a retirada completa do exercito de Gaddafi da região, o mesmo acontece com a cidade de Al-Ziwaya, também alvo de violentos ataques.

Em Benghazi, aviões e tanques atacam na periferia da cidade, reduto do governo provisório dos revolucionários, mas são rechachados pelos rebeldes que tomaram quatro tanques do exercito e estão varrendo os arredores.

A declaração da ONU não está sendo respeitada, e muito revolucionários civis foram mortos, sem informações claras de quantos.

4:17 pm – horário local – e 11:17hs horário Brasil veio esta notícia:

Grupo de mídia francês BFMTV afirma em site que aviões franceses têm sobrevoado Benghazi para impedir a circulação do exército pró-Kadhafi.

Ainda ontem Gaddafi emitiu uma carta a ONU afirmando que a Resolução da ONU é inválida – diga o que quiser, é óbvio que seus dias estão contados e que o seu arresto e de demais apoiadores de seu governo será questão de tempo. Não há onde ir, não há país para se refugiar, as contas estão sendo congeladas no mundo, e o cerco econômico é muito duro e eficaz ao longo do tempo.

A Libya importa a quase totalidade dos alimentos que consume, e o cerco econômico em Trípoli será contumaz ao longo do tempo. A cada dia fica me parecendo que os países Ocidentais pretendem dividir, ao menos temporariamente, a Libya, que é um grande território com uma população baixa densidade por m2 e a faixa leste que está sendo garantida é justamente a que tem a maior reserva de petróleo do país e também é onde as cinco irmãs do petróleo trabalham em contratos firmados, conforme informei em post anterior.

Nesta semana, a rede Al Jazeera informa que embora não oficialmente, durante este período de protestos e violentos combates os rebeldes receberam ajuda do povo ou do exercito egípcio com alimentos, água e mantimentos, além de armas e munições através da grande fronteira dominada pelos revolucionários. Gaddafi não é bem quisto por vários países muçulmanos e pode ser que estes em off tenham participado desta ajuda aos rebeldes. Vai saber. Assim como Gaddafi certamente está sendo ajudado por um outro país próximo favorável a sua permanência.

A contratação dos mercenários deveria ser alvo de ampla investigação mundial, mas duvido que isto aconteça. Não há interesses de desmascarar acordos obscuros que envolvam países aliados do Ocidente também.

No Yemem

Neste país a onde de protestos que já dura várias semanas cresceu e se tornou extremamente violento, com as forças militares de Saleh agindo violentamente. Nesta semana pelo menos 46 manifestantes foram mortos e centenas de feridos foram levados aos hospitais locais.

A tentativa de Saleh de se manter no poder e dirigir até 2013 as eleições democráticas não estão sendo aceitas pelo Povo que sai as ruas em gigantescos protestos.

Creio que a ONU infelizmente está atrasada novamente em tomar atitudes para salvaguardar o povo do Yemem.

Neste momento é difícil dizer se com tantas violências praticadas pelos militares e os pró-Saleh isto não vai se tornar também uma guerra civil.

No Bahrain

As circunstâncias da invasão do exército saudita e ataques aos manifestantes que provocam dezenas de mortes, e centenas de feridos que o governo local impede que sejam atendidos nos hospitais está tornando a situação insustentável ao Kalifa que se proclama Rei, um monarca, acredite se quiser.

Os protestos desarmados aumentaram e muito e reivindicam a saída imediata do exercito saudita do Bahrain.

Mais uma vez a ONU está calada, afinal a Arábia Saudita é aliado do Ocidente, apesar de seu governo tirânico e déspota. Mas vários importantes governos reconhecem que é ilegal a entrada do exercito Saudita no Bahrain sem autorização da ONU. Na verdade assemelha-se a uma invasão em comum acordo com o Kalifa.

Por que o conselho da ONU não põe em pauta esta questão?

Uma coisa se torna clara neste momento, uma vez que os povos de países com regime ditatorial se levatam contra seus governos por democracia e liberdade, fica cada vez mais difícil e insustentável a posição dos ditadores, e me parece que é uma questão de tempo para caírem também.

Vamos ver.

Por Atama Moriya, em 19-03-2011.


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3 respostas para 19 mar. 2011 – Revolução na Libya – Yemen – Bahrain – o que está acontecendo hoje?

  1. Atama Moriya disse:

    Meu caro Um Amigo,
    sua presença sempre é bem vinda e principalmente com seu grande trabalho de pesquisa que muito acrescenta também. São mais de quarenta ditadores e déspotas no poder e todos, todos vão cair nos próximos anos. isto é inexorável pois eles estão a impedir o desenvolvimento mental do ser humano.
    Te aguardo com novos comentários.
    Vida Plena!
    AM.

  2. Um Amigo disse:

    Passando rápido amigo Atama (desculpa o novo comentário).

    Esqueci de citar a Síria, que juntamente com a Tunísia, Egito, Bahrein, Líbia, Yemem e Kuwait, vêm tendo suas manifestações populares onde pedem mais liberdade e mudanças.

    Fonte: http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5003119-EI188,00-Manifestantes+entram+em+conflito+com+forcas+de+seguranca+na+Siria.html

    Aguardemos.

  3. Um Amigo disse:

    É Atama; essa instabilidade no mundo árabe começou desde o final do ano passado, motivada pela crise do desemprego, desigualdade social, etc (que dizer, aquela região sempre foi um “barril de pólvora”, esperando apenas o momento certo para explodir).

    Primeiro com o levante popular e a queda de ditador Bem Ali na Tunísia (que fugiu com a família para a Arábia Saudita depois de 23 anos “governando” aquele país), depois a queda de Mubarak no Egito (outro ditador que ficou 30 anos “sugando” – ops – “governando” o país). Já no Bahrein o povo pede profundas reformas ao governo sunita, o movimento é inspirado na onda de revoltas que derrubou os ditadores da Tunísia (Ben Ali) e do Egito (Mubarak), e vem atingindo diversos países do Oriente Médio e do norte da África.

    Só sei que estes protestos forçaram o monarca Hamad Ben Isa Al-Khalifa (Bahrein) a viajar até à Arábia Saudita para pedir uma reunião com o rei Abdullah em fevereiro, naquela época tal rei manifestou pleno apoio ao regime do Bahrein e criticou a interferência externa nos assuntos do país. Essa é uma outra região que esses “sanguessugas” só vivem bem graças ao petróleo, e se não abrirem “o olho” vão “dançar” também (mas que deixam o grosso da população na berlinda – igual na China, onde seu crescimento de mais de 10% só favorecem alguns, já a maioria da população mesmo, bem, deixa quieto).

    O que sei, é que tal rei informou que as forças militares vão “golpear” quem “considerar” ameaça a estabilidade e a segurança do país, bem como anunciou grandes benefícios sociais, incluindo um aumento dos pagamentos para desempregados e melhorias para saúde e moradia (seria “medo” de algo similar ao que vem ocorrendo nos outros países chegue até a Arábia Saudita?). Ele anunciou também a criação de 60 mil empregos militares e de segurança e o estabelecimento de um comitê para combater a corrupção no país.

    Como a situação no Bahrein vai terminar é uma incógnita, se esse levante popular vai chegar à Arábia Saudita é outra. Já o que vai ser da Tunísia e Egito no médio/longo prazo são outras questões difíceis de serem respondidas também.

    No Kuwait já tem movimentação de protestos com o intuito de derrubar o primeiro ministro. Na Líbia sabe-se lá o que vai acontecer, Kadafi é extremista e esta ofensiva da Força Internacional não vai ficar sem resposta.

    O Yemem também tem seus problemas como você abordou.

    O Iraque foi invadido faz tempo, seu ditador morto e até hoje é uma “equação que não fecha”. Caramba; Tunísia, Egito, Bahrein, Líbia, Yemem, Kuwait (movimento começando, se vai criar força só o tempo dirá) e na Arábia Saudita o “governo” tentando acalmar possíveis/futuros ânimos populares com assistencialismos…parece até que resolveram combinar de realizarem tudo isso ao mesmo tempo.

    Monarcas, reis, ditadores, putz…até quando estas coisas vão existir neste mundo? O tempo destes caras (sanguessugas que só pensam no próprio umbigo) já devia ter passado faz tempo.

    Li o seguinte comentário que um internauta postou no UOL, deixarei um trecho:

    “É o início da 3º grande guerra. O Egito invadirá Israel e o Irã tirará proveito desta avançada egípcia para exterminar os judeus, pois a IRMANDADE MULÇUMANA está hoje coberta de “razões religiosas” para os futuros confrontos. O hamas e o al quaeda farão seu papel “religioso” incentivando o povo a lutar contra o ocidente. Nisso, a Rússia tentará intervir e o bicho vai pegar… Sem falar na fragilidade japonesa, onde os Coreanos do Norte passarão a testar suas armas atômicas nas regiões ainda habitáveis daquele país. Assim, os americanos travarão combates intermináveis na região e trarão ao mundo uma crise jamais vista no Capitalismo. – É o princípio do fim.”

    Ééé Atama, aguardemos, pois este mundo está bem complicado de ser resolvido. E olha que não vou nem entrar nas questões das chuvas no Brasil que vem matando e destruindo a nível de catástrofe desde o final do ano passado, bem como do terremoto/tsunami/risco nuclear no Japão, dos pássaros/peixes que morreram de forma inexplicável no 1º dia do ano em países diferentes de forma inexplicável, etc. Só essa questão entre os países já preocupa.

    2011 mal começou e já vem sendo brutal/terrível para muitos. Só Deus para saber aonde tudo isso vai levar/acabar.

    Assim caminha a humanidade.

    Boa semana meu amigo.

    Fique com Deus, fique bem.

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