Por que as pessoas mais sensíveis são as que mais sofrem? Não deveria ser assim?

O Príncipe Sidharta Gautama, um Buda porque alcançou o plano búdico ou crístico, viajava o mundo, conhecia pessoas, de vila em vila, e esmerava-se em conhecer os sentimentos das pessoas: o que elas mais gostavam, o que elas amavam e por que sofriam? E meditava, meditava, meditava, buscando respostas as questões humanas. Por que Deus faz as pessoas sofrerem?

E assim os anos foram passando, e um dia cansado de peregrinar, entrou numa caverna escura e passou a meditar, meditar, meditar…. Nisto passou-se um ano dentro da caverna. Mas enfim, despertou da meditação e concluiu que aquilo não o levaria à iluminação.

Daí, o verdadeiro sentido da Iluminação de Deus, o encontro final com a Verdade, para enfim encontrarmos as respostas que ansiamos.

Iluminação não é a busca e o encontro de nós como homens transformados em semi-deuses, todo poderoso, imortal, mágico e onisciente.

Não, iluminação é o encontro humilde e simples do Deus que mora dentro e não fora, que nos traz as respostas para nossas vidas e nos traz simplesmente a Verdade. A Verdade que nos traz a definitiva resposta de estarmos vivos e porque estamos vivos? Descobrindo a vida, descobrimos porque sofremos.

Sidharta Gautama, cansado de tanta meditação, sujo e com fome, saiu da caverna e foi se banhar no rio. Após o que foi bondosamente recebido pelos moradores locais que lhe serviram uma fausta refeição. Já na época era conhecido como o Príncipe Mendigo que buscava a Verdade da Vida.

Satisfeito, afastou-se de todos e foi meditar recostado em uma árvore que existe viva até hoje. Foi quando obteve a sua Iluminação. Exatamente aos 35 anos de idade. Então não existia mais o antigo Sidharta Gautama, o ser carnal, mas um Buda, um Ser da alta hierarquia terrestre, com o qual se unificou.

Após a Iluminação, de posse da Verdade da Vida, Buda Gautama estabeleceu para nossa humanidade o óctuplo caminho, ou o Caminho do Meio, como é conhecido nos mundos iniciáticos.

Pelos ensinamentos búdicos, a cessação de toda dor e sofrimento humano está diretamente ligada à cessação de nossos karmas. Por favor, leia esta frase várias vezes, com calma e tente compreender a sua profundidade, o seu alcance Universal.

Eu posso muito bem escrever umas dez páginas sobre esta questão e mesmo assim mal pincelaria esta questão. Mesmo no século passado com os teosóficos, essa questão continuou sem uma resposta completa, ou melhor, foi deixada como mistério, constituindo-se, pois, de uma chave individual para a Iniciação e Iluminação.

Mas ninguém pode afirmar que o caminho da Iniciação é belo, pacífico, tranqüilo e sem desafios em vida quase além do que podemos suportar.

Quanto mais crescemos em consciência, mais sofremos internamente, é verdade, porque, de fato, nos tornamos muito sensíveis aos estímulos externos, porém não vistos pelos egos humanos, mas pela compaixão divina, justamente uma ação oposta.

Mas, cuide-se também em observar se tais dores que você reconhece nos outros não são suas próprias, oriundas de auto-piedade e auto-sacrifício. Nestes casos, você deve trabalhar o seu eu menor para corrigi-lo e colocá-lo no caminho. Piedade e Sacrifício são sentimentos negativos. Estou chocando os Cristãos que ensinam Piedade. Admito que se peça Piedade ao Pai, num momento de total desespero, numa noite negra da alma, mas jamais, dar piedade a outrem ou a nós mesmos. Nem Piedade nem Sacrifícios são evolutivos; representam péssimos sentimentos oriundos de nossos egos imperfeitos.

Chore, chore que é bom, mas chore por Amor ao Próximo. O choro de alma por Amor ao Próximo é o choro de nosso espírito que nos eleva, que nos encaminha para um novo patamar na escala evolutiva de consciência. Evolução é aumento de consciência.

Consciência é a vida em Verdade e Realidade em Deus.

Somos todos criancinhas e sofrer e chorar por Amor de Deus e Amor à Deus é realmente sublime e faz parte de nossos passos iniciais para um dia nos reconhecermos como Filhos Dele.

Lembra-se dos ideais da GFB na Revolução Francesa? Fraternidade, Igualdade e Liberdade. Não era novidade. Já havia sido empunhado por Fraternidades oriundas da própria GFB há 4.000 anos AC. E tem uma razão de ser. O que é Fraternidade? Não é outra coisa senão Amor ao Próximo.

E o próprio Cristo tornou a repeti-lo, com mais ênfase: “só assim podereis ser reconhecido como meu discípulo”.

Pode ser simples, mas certamente para poucos ainda. Ninguém experimentará Igualdade, sem antes despertar o Amor Fraterno de Deus, e jamais alcançarão a Verdade que Liberta sem antes ter fundido em seu Ser Amor Fraterno e Igualdade entre os Irmãos. Amor, no primeiro momento mais primitivo e egoísta é centrípeta, depois, conforme seu crescimento em Deus, torna-se centrífugo. No primeiro momento você não divide o pão, no segundo momento, você divide o pão ao meio, e no terceiro momento, você …

“Amar a Deus não é outra coisa senão dar o melhor de nós para todos os irmãos, não é simplesmente dividir o pão, mas dar o pão.”

(Frase de Nilakanta Sri Ram da Sociedade Teosófica Adyar, India).

Amar ao próximo, seja quem quer que seja, é a verdadeira fraternidade, é tudo, é respeito, tolerância, companheirismo, doação extrema, dedicação extremada, ética, moral, reconhecimento, gratidão e amor na mais alta escala divina. Para que a Fraternidade entre os seres se estabeleça, ela tem que ocorrer primeiro individualmente, depois na sociedade, e depois no país e depois no Planeta. Ela não poderá existir do todo para o indivíduo, mas do indivíduo para o todo.

Então passamos para a fase das dores e sofrimentos, nossos e de nossos irmãos, pois, todas as dores e sofrimentos humanos passam a ser os nossos também e assim crescemos, porque o que damos, sempre recebemos em dobro, seja dor ou amor, conforme a sua escolha.

Quanto mais crescemos em Amor de Deus e Amor à Deus, dois aspectos da mesma face de Deus (de uma das faces), mais nos aproximamos do Pai e nos distanciamos da matéria e da ilusão. Esta é a verdadeira emoção que devemos despertar, distinguindo-a das emoções superficiais trazidas pelos nossos egos e nossas próprias imperfeições, mas que não é nenhum demérito, porque à partir destas é que podemos transcender um ponto acima na evolução.

É por nada entender sobre nós mesmos, e não entender Deus que o ser, dito humano, sofre e faz os outros sofrerem sem nenhuma necessidade. Continuar a afirmar que este planeta é de provas e expiação, é uma constatação real, porém, não é uma ocorrência inexorável, isto continua a acontecer porque os seres continuam imperfeitos, mas não tem de ser assim sempre, posto que ao homem Deus o habilitou para ser o senhor do seu próprio destino.

Seja um vetor de felicidade para outros.

A única felicidade verdadeira é aquela que não permanece em nós, mas é expandida e passada aos outros, qualquer que seja Ele.

Por Atama Moriya, em 12-05-2009.

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3 respostas para Por que as pessoas mais sensíveis são as que mais sofrem? Não deveria ser assim?

  1. Lacy disse:

    As pessoas insensíveis são mais duras, por isso não sofrem facilmente. As pessoas sensíveis são moles, choram à toa. A explicação é simples.

  2. Coração disse:

    É no amor que está o segredo da existência, só ele é capaz de preencher tudo, sanar tudo…. e que só no reconhecimento mútuo entre irmãos, ele estará em plenitude como Divino.

    x-x-x-x-x-x-x-x-x

    Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba.
    Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona…
    Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.
    (Madre Tereza Calcutá)

  3. Vanessa disse:

    Amar nossos irmãos é reconhecer em cada um deles a beleza de um ser em evolução, assim como nós.

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